quinta-feira, 11 de março de 2010

Educação para o trabalho nas classes C e D

Um dos fatos que mais me chama a atenção na cultura brasileira é como falta educação para o trabalho nas classes C e D.. Quando refiro- me à educação para o trabalho, refiro-me especificamente à falta de senso de organização e prioridades, à dificuldade de organizar suas atividades de forma produtiva, à desorganização no trato com as finanças pessoais ou mesmo ao desconhecimento de se usar uma agenda para anotar seus compromissos.

Me pergunto, às vezes, se as grades de ensino das escolas públicas não estão mal concebidas, deixando de ensinar conceitos que realmente deveriam ser ensinados. Enquanto no Japão se ensina o método do 5S de qualidade nas escolas, aqui entupimos os alunos com uma série de decorebas que , salvo raras exceções, não serão aplicadas na vida prática.

Por que não se criar uma disciplina chamada “educação para o trabalho”, a ser ensinada lá pela sétima ou oitava série, já preparando o aluno para a realidade de trabalho que , em breve , baterá a sua porta.. Lembrando que jovens da classe C e D costumam ingressar mais cedo no mercado de trabalho, do que os das classes A e B.

Que dizermos então dos jovens da classe E, literalmente empurrados para o trabalho desde cedo e que aprendem nos sinais de trânsito e nas ruas a matemática da vida.

Quem acaba realizando esse papel educador são as empresas, verdadeiras universidades de educação para o trabalho, as quais se apresentam nas mais diferentes nuances. Caberá ao individuo ter a sorte de ter uma passagem por boas “escolas” para que possa adquirir de forma empírica e vivencial, uma educação para o trabalho.

Mas se o infeliz der o azar de passar por empresas desorganizadas, com baixo padrão de qualidade no que se refere a seus processos, provavelmente esse trabalhador não terá aprendido muito no que se refere a como se trabalhar e carregará consigo sérias deficiências na sua educação para o trabalho.

Está na hora de se olhar com seriedade essa questão e não deixar por conta das empresas, ou de instituições como o Senac e Senai, a educação para o trabalho.

Nas escolas deveria ser o primeiro lugar onde o cidadão tivesse contato com as noções fundamentais de trabalho. Não é difícil e seria um assunto muito interessante para os alunos pois ao saírem da sala de aula, esbarrariam com a realidade do mundo e veriam que os conceitos de educação para o trabalho que aprendem podem ser bem mais aplicáveis do que o teorema de Pitágoras.

PS: extendo essa proposta às escolas particulares, depositárias do conhecimento das nossas classes A e B.