sexta-feira, 16 de julho de 2010

Observar técnicos de futebol e vôlei pode ser uma ótima idéia para entender estilos de liderança

As diferenças de estilo de liderança ficam muito claras quando assistimos partidas de futebol ou de vôlei. Ao termos câmeras focando a reação dos técnicos diante dos acontecimentos no campo, percebe-se nitidamente a diferença de reação de um para outro.

Aqueles mais extrovertidos, outros mais contidos mesmo na vitória, outros aparentemente descontrolados e assim por diante. Um fenômeno que chamou a atenção de todos observadores da seleção brasileira nessa Copa do Mundo foi a instabilidade emocional que o time demonstrou após o segundo gol da Holanda.

Já nos primeiros jogos ,alguns psicólogos haviam alertado para o risco do estilo nervoso e exaltado de Dunga contaminar a equipe o que parece ter realmente acontecido, pois até o tranqüilo Káká se exaltou e foi expulso, ainda que injustamente na opinião de muitos.

Quem viu a pilha de nervos que estava Dunga na metade do segundo tempo daquele sofrido jogo e o comparou com outros técnicos que tiveram situações difíceis também , deve ter percebido que sob a mesma situação de pressão (perdendo no meio do segundo tempo), outros técnicos mantiveram a calma.

A partir de agora, quando assistir a um jogo de futebol ou de vôlei de quadra, preste atenção no estilo do técnico. Nessa observação você também perceberá que não há um estilo único que seja comprovadamente mais eficaz ,mas observará também que ao final o que valerá e será lembrado é o resultado.

Ou alguém tem dúvida que o estilo do técnico Bernardinho seria reconhecido como positivo caso não trouxesse consigo vitórias?

Quem sabe se Dunga tivesse sido campeão do mundo, estariam todos elogiando seu jeito de liderar? Você, como líder, lembre-se: no final vale o resultado.

O que as vaias à uma montagem de ópera nos ensinam

Recentemente assisti à bela montagem de Il Trovador, de Verdi, dirigida por uma jovem e talentosa diretora que trouxe alguns aspectos de ousadia à montagem sem, entretanto, em nenhum momento comprometer a qualidade dessa magnífica ópera.


Ao final da peça qual não foi a surpresa ao ver que um grupo conservador de espectadores se pôs a vaiar o espetáculo!

Além da natural surpresa, percebi também a mensagem por trás daquela atitude: resistência ao novo, à releitura do que se tinha como estabelecido.

Fiquei pensando se aquelas pessoas tinham a mesma atitude em outras áreas de sua vida, se negando a apreciar a beleza do novo e se curvarem diante da inegável evidência de que o mundo se renova e que novas leituras de antigos fatos surgirão e que devemos saber apreciar essas mudanças da mesma forma que aceitamos as mudanças inevitáveis que ocorrem à nossa volta.

Respeitando os tecnicismos que meu plebeu ouvido não consegue diferenciar, imagino o quanto das ácidas criticas que os puristas fizeram não eram apenas o incômodo diante do novo.