sexta-feira, 16 de julho de 2010

O que as vaias à uma montagem de ópera nos ensinam

Recentemente assisti à bela montagem de Il Trovador, de Verdi, dirigida por uma jovem e talentosa diretora que trouxe alguns aspectos de ousadia à montagem sem, entretanto, em nenhum momento comprometer a qualidade dessa magnífica ópera.


Ao final da peça qual não foi a surpresa ao ver que um grupo conservador de espectadores se pôs a vaiar o espetáculo!

Além da natural surpresa, percebi também a mensagem por trás daquela atitude: resistência ao novo, à releitura do que se tinha como estabelecido.

Fiquei pensando se aquelas pessoas tinham a mesma atitude em outras áreas de sua vida, se negando a apreciar a beleza do novo e se curvarem diante da inegável evidência de que o mundo se renova e que novas leituras de antigos fatos surgirão e que devemos saber apreciar essas mudanças da mesma forma que aceitamos as mudanças inevitáveis que ocorrem à nossa volta.

Respeitando os tecnicismos que meu plebeu ouvido não consegue diferenciar, imagino o quanto das ácidas criticas que os puristas fizeram não eram apenas o incômodo diante do novo.

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