segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sobre como uma abertura de mercado pode causar uma revolução

Um interessante caso está acontecendo na remota e paradisiaca ilha de Fiji, no Pacifico Sul.

Um resort, conhecido por abrigar duas das melhoras localidades para a prática de surf no mundo, mas também conhecido por ser o mais caro surf resort do mundo teve sua licença de exclusividade revogada após mais de uma década

O resort pertencente a americanos e australianos impedia que qualquer barco se aproximasse dessas preciosas onda. Até mesmo os nativos de Fiji eram impedidos de ter acesso à essas ondas, a não ser por um período de 3 horas por semana nas manhãs de sábado.Uma esmola, praticamente.

Há 2 anos atrás, o recém empossado presidente foi ao resort prestigiar a abertura de uma etapa do circuito mundial de surfe a ser realizado naquele local. Ao se deparar com apenas 1 competidor fijiano na competição, o presidente tomou conhecimento do dominio territorial e exclusivista que o resort realizava com os próprios fijianos.

O resort alega que parte do lucro é revertido para as comunidades locais, segundo acordo, como forma de compensar o apartheid desportivo e que esse direito de propriedade sobre os corais obedece uma antiga tradição local, o que de fato é verdade, mas não deveria incluir as ondas.

Diante do óbvio fato de que essa reserva de mercado impedia o crescimento de um próspero mercado de pacotes turisticos que poderiam gerar mais emprego e fomentar a economia, o presidente conseguiu acabar com essa reserva de mercado o que óbviamente gerou aplausos de muitos e descontentamento de poucos.

Num mundo de economias cada vez mais liberais e ávidas em gerar superavits em seus caixas, o caso de Fiji demonstra como uma combinação de necessidade financeira e descontentamento com o apartheid podem servir de estopim para mudanças de porte.