domingo, 28 de fevereiro de 2010

Caso João Helio: a imprensa insiste no foco errado

Semana passada, os maiores veiculos de comunicação deram destaque a um dos ex menores que participou do trágico casodo menino João Hélio.

Todos veiculos questionavam a liberação do envolvido e  o sentimento de indignação da população.

O que mais chama atenção   nesse tipo de situação é a incapacidade ( ou desinteresse) dos grandes veiculos de comunicação em focarem no real motivo dessa tragédia.:o  mercado de roubo e receptação de veiculos no Rio de Janeiro.
Esses jovens que roubaram o carro, onde se deu a tragédia do menino João Helio, só o fizeram porque tinham a quem vender o que estavam roubando.

Óbvio.   Não se rouba o que não tem valor. Em nenhum momento, desde a captura dos menores, se aprofundou a investigação para se saber a quem eles queriam vender o veiculo.

E até hoje, a imprensa, como comprova o link compartilhado, trata a questão do roubo, própriamente dito, como um detalhe da tragédia.

Afinal, a quem era endereçada aqiela encomenda? Sabe-se que aqueles jovens não tinham roubado aquele carro para assaltar um banco. Sabe-se que há um mercado paralelo de ferros-velho e oficinas de desmonte no Rio de Janeiro, que por muitos anos teve como simbolo maior a feira de Acari.

Porém a imprensa satisfaz-se em ficar apenas na superficie do tragédia, explorando o aspecto emocional e focando nos "bagrinhos". 

O que falta para haver uma imprensa investigativa que decifre o mercado ao qual esses jovens iam atender ao roubarem o carro? Por que não pegar esse caso de grande repercussão e buscar tentar puxar o fio da meada? 
Para quem eles iam repassar aquele carro?

É uma pena que não tenham  procurado responder essa pergunta.

A nós que pagamos impostos e vivemos de salário, cabe torcer para que não sejamos os próximos a alimentar esse mercado de veiculos roubador e furtados..