terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Qual será o estilo de liderança da Dilma?

A minha aposta, pode ser que eu esteja enganado, é que em pouco tempo a nova Presidente buscará descolar seu estilo de governo do estilo Lula.

Como perfil de liderança, seu estilo é bem diferenciado do seu antecessor e será interesante observamos alguns aspectos nos próximos 12 meses.Vejamos alguns deles.

Assertividade: Dilma demosntra ser bem mais assertiva que Lula na relação interpessoal e, possivelmente, bem menos flexível.

Flexibilidade: talvez a maior dúvida quanto à Presidenta, porém esse atributo foi levado ao extremo por Lula, o que também não foi bom para o seu Governo.

Negociação: Dilma perderá menos tempo tentando agradar a todos, o que aliás será bastante necessário, devido à péssima herança de negociatas políticas deixadas por seu antecessor.

Disciplina e foco:ao contrário de seu antecessor, ela tem muita facildiade na condução de reuniões e tem perfil típico de executora, ou executiva. A máquina estatal continuará andando, talvez até de forma mais eficiente.

Alinhamento ideológico: salvo minha intuição esteja enganada, Dilma reverá certos posicionamentos da diplomacia junto a ditadores e promoverá uma aproximação com os EUA.

Continuidade: essa é fácil.A última reunião do Copom e a apresentação do orçamento 2011 já responderam: tesoura nos gastos do PAC.

Pragmatismo: é a grande dúvida: será um pragmatismo petista, com José Dirceu à frente ao que tudo indica.Será um governo para poucos e afortunados do núcleo petista e "amigos"? O tempo dirá.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O dia D no Rio: um marco histórico

O fato mais relevante do Dia D, como é chamado o dia da invasão da Vila Cruzeiro pelas forças integradas da PM, Bope, PF e Forças Armadas é que pela primeira vez, nos ultimos 30 anos de história moderna brasileira foi deflagrada uma operação de tamanho vulto com todas forças integradas.

A imagem dos traficantes fugindo morro acima se tornou emblemática da maior quebra de paradigma que a socidade brasileira já viveu em relação ao crime pseudo organizado: a de sua invulnerabilidade e sua inacessibilidade.

Compartilho com todos minha alegria por esse momento histórico que vive nosso país e que certamente servirá de aprendizado para operações de igual vulto em outros locais onde o tráfico se considera inatingível.

ps: apenas para não passar em branco: como pôde Aécio Neves dar um banho de votos na sua eleição e não conseguir transferir esses votos para Serra no segundo turno?
Esse foi um fenômeno muito interessante em termos de liderança.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Por que essas eleições serão um marco histórico

Temos motivos de sobra para crer que essas eleições presidenciais de 2010 serão um marco histórico para nosso país, veja porque:

1) as pesquisas eleitorais se mostraram totalmente erradas na previsão de resultados de primeiro turno o que as colocou numa situação de descrédito sem precedentes.

2) pela primeira vez, em nossa história moderna brasileira, uma empresa privada da imprensa assume publicamente sua preferência por um candidato especifico em detrimento a outro candidato. Foi o caso da Folha de São Paulo que, em editorial, se posicionou contra Dilma e a favor de Serra.

3)Os ambientalistas do PV perderam a oportunidade histórica de se posicionar claramente à população e optaram por ficar em cima do muro, numa atitude que nos lembra bastante a estratégia do PMDB em outras eleições.

4)A religião entrou definitivamente na questão de ordem dos politicos e os evangélicos deram demonstração de força inequivoca ao se transfromarem em fiel da balança.

5)Nunca antes na história desse país um presidente tinha se engajado tão descaradamente na missão de eleger seu sucessor.

6)Artistas que foram históricamente a favor da liberdade e contrários à ditadura fecham os olhos aos escândalos de corrupção e fazem manifesto de apoio à candidata do governo atual. Quem diria há 20 anos atrás que Chico Buarque apoiaria publicamente um governo tão atolado em escândalos como o atual? O que o interesse econômico-financeiro não faz...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sobre o papel da internet na destruição do valor de candidatos e produtos

O resultado do primeiro turno da eleição presidencial foi marcado pelo impacto das correntes anônimas que circularam na internet e que teriam contribuído para a derrocada das pretensões da candidata governista em vencer no primeiro turno.

Eu recebi várias dessas correntes e fiquei surpreso com o conteúdo virulento desses materiais. Porém mais surpreendente ainda é que não tenha havido a contrapartida dessa ferramenta em direção ao candidato da oposição.

O suposto poder destrutivo e difamatório desse material nos faz pensar o quanto a internet pode gerar de destrutivo para a imagem das empresas.Imagine que amanhã alguém decida criar uma corrente difamando produtos, empresas, pessoas, etc.

Não que nunca tenha havido esse tipo de corrente,mas nessa eleição é a primeira vez que se contabiliza perda de votos devido a esse tipo de material.Será que um dia contabilizaremos perda de vendas, por exemplo?

Talvez estejamos assistindo apenas ao despertar de um incontrolável fenômeno de mídia politica e social que já tinha dado ares de sua graça na campanha presidencial americana e que agora aterrisou com força no solo tupiniquim.

Os marqueteiros devem estar torcendo para essa ferramenta não mudar de alvo e passar a atacar produtos e empresas....

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sobre algumas melhorias visíveis no atendimento no Metrô carioca

Como muitos cidadãos, sou frequentador do metrô carioca o qual tem passado por mudanças interessantes nos últimos 6 meses.

O metrô do Rio vivenciava um asfixiante gargalo de atendimento por não ter se ajustado à crecente demanda que passou a receber nos ultimos 5 anos.

Carros superlotados, uma estação de transferência (Estácio) que obrigava centenas de milhares de pessoas a descer ou subir escadas, além de uma ausência de cultura de atendimento eram apenas alguns dos sintomas mais visíveis.

Recentemente, o Metrô otimizou o fluxo de trens de modo a eliminar a onerosa transferência que havia na estação Estácio, a qual obrigava a todos a uma penosa caminhada.A transferência principal se agora numa estação que não exige subir em escadas e também está distribuida por tantas outras, diminuindo o tumulto que antes se observava nos horários de pico.

Além disso, criou 2 linhas independentes, de modo a separar as populaçòes por destino o que diminuiu pressão de lotação nos carros.

Outras mudanças que foram relevantes: criaçào de fila única no caixa e colocação de uma "örientador de fila" que faz o papel de orientar os passageiros nos caixas nos horários de pico. E finalmente,recentemente presenciei o serviço de café gratuito oferecido numa estaçào final.

Pode-se dizer que não é o bastante ainda, mas é sempre bom ver que uma empresa de transportes está se movimentando para melhorar seu atendimento.

Que sirva de exemplo para outras empresas.

PS: falta ter banheiro nas estações.Uma antiga reclamação dos usuários e que só é realidade numa minoria de estações.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fidel dá exemplo e se renova ao afirmar: "modelo cubano não funciona mais."

Quando parecia que estaríamos condenados a ver Fidel Castro como um eterno obsoleto, incapaz de reconhecer que modelos e estruturas que não se renovam, acabam caducando; eis que ele nos surpreende.

Em recente e surpreendente entrevista, Fidel reconhece que o modelo cubano já não funciona mais nem mesmo para seu pais e que o Estado tem um papel grande demais na vida econômica da pequena, ensolarada, empobrecida e sofrida ilha.

Considero essa entrevista uma bela demonstração de que um homem é capaz de renovar sua forma de enxergar o mundo e abrir mão de suas vaidades para rever seus conceitos.

Parabéns ao velho Guia cubano que dá assim a "deixa" para que seu irmão inicie verdadeiras reformas que possibilitem aos cubanos uma vida melhor.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Mineiros de cobre soterrados e bóia-frias no canavial: um paralelo triste e real

A situação dos mineiros presos a centenas de metros abaixo da terra no Chile nos remeteu a um triste paralelo que ocorre no Brasil.

Antes que você, caro leitor, estranhe minha observação, deixe-me colocá-lo a par dos fatos.A empresa mineradora de cobre para quem os mineiros trabalham alegou que não tem como continuar pagando o salário dos 33 homens enquanto estiverem presos, obrigando as familias que dependem desse ganha pão a viverem de doações de ONGs.

É isso mesmo, leitor.A bilionária empresa mineradora alega que não tem como pagar o salário de 33 mineradores que estão soterrados e que lá permanecerão por , pelo menos, 3 meses e isso é visto com a maior naturalidade pelos chilenos, a ponto de se mobilizarem dando donativos, ao invés disso gerar um clamor público pedindo maior responsabilidade por parte da mineradora.

Não é preciso ser muito perspicaz para percebermos o absurdo da situação e o óbvio paralelo a que ele nos remete: a degradante situação dos bóias-fria que por décadas (ou séculos) formou a base produtiva da monocultura açucareira e cuja situação pouco mudou com o pró-alcool e com a destacada posição que nosso etanol ganhou no mercado mundial na última década.

Assim como os mineiros soterrados no Chile, nossos bóias frias pouco diferem deles na forma como são (mal) tratados e (des)valorizados.

Curiosamente, tanto no mercado de cobre como no mercado do etanol. os compradores desses produtos estão se lixando para as condições sociais impostas aos trabalhadores dos quais dependem e não fazem a mínima questão de que haja qualquer indicador social que diferencie o cobre, ou o etanol, desta ou daquela empresa que seja mais sócio-responsável.

Enquanto os compradores da cadeia produtiva não se sensibilizarem e criarem demandas sociais aos produtores, a exemplo do que começa a ocorrer com as fazendas de gado que desmatam reservas florestais, tudo permanecerá como dantes na terra de abrantes.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sobre como uma abertura de mercado pode causar uma revolução

Um interessante caso está acontecendo na remota e paradisiaca ilha de Fiji, no Pacifico Sul.

Um resort, conhecido por abrigar duas das melhoras localidades para a prática de surf no mundo, mas também conhecido por ser o mais caro surf resort do mundo teve sua licença de exclusividade revogada após mais de uma década

O resort pertencente a americanos e australianos impedia que qualquer barco se aproximasse dessas preciosas onda. Até mesmo os nativos de Fiji eram impedidos de ter acesso à essas ondas, a não ser por um período de 3 horas por semana nas manhãs de sábado.Uma esmola, praticamente.

Há 2 anos atrás, o recém empossado presidente foi ao resort prestigiar a abertura de uma etapa do circuito mundial de surfe a ser realizado naquele local. Ao se deparar com apenas 1 competidor fijiano na competição, o presidente tomou conhecimento do dominio territorial e exclusivista que o resort realizava com os próprios fijianos.

O resort alega que parte do lucro é revertido para as comunidades locais, segundo acordo, como forma de compensar o apartheid desportivo e que esse direito de propriedade sobre os corais obedece uma antiga tradição local, o que de fato é verdade, mas não deveria incluir as ondas.

Diante do óbvio fato de que essa reserva de mercado impedia o crescimento de um próspero mercado de pacotes turisticos que poderiam gerar mais emprego e fomentar a economia, o presidente conseguiu acabar com essa reserva de mercado o que óbviamente gerou aplausos de muitos e descontentamento de poucos.

Num mundo de economias cada vez mais liberais e ávidas em gerar superavits em seus caixas, o caso de Fiji demonstra como uma combinação de necessidade financeira e descontentamento com o apartheid podem servir de estopim para mudanças de porte.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Observar técnicos de futebol e vôlei pode ser uma ótima idéia para entender estilos de liderança

As diferenças de estilo de liderança ficam muito claras quando assistimos partidas de futebol ou de vôlei. Ao termos câmeras focando a reação dos técnicos diante dos acontecimentos no campo, percebe-se nitidamente a diferença de reação de um para outro.

Aqueles mais extrovertidos, outros mais contidos mesmo na vitória, outros aparentemente descontrolados e assim por diante. Um fenômeno que chamou a atenção de todos observadores da seleção brasileira nessa Copa do Mundo foi a instabilidade emocional que o time demonstrou após o segundo gol da Holanda.

Já nos primeiros jogos ,alguns psicólogos haviam alertado para o risco do estilo nervoso e exaltado de Dunga contaminar a equipe o que parece ter realmente acontecido, pois até o tranqüilo Káká se exaltou e foi expulso, ainda que injustamente na opinião de muitos.

Quem viu a pilha de nervos que estava Dunga na metade do segundo tempo daquele sofrido jogo e o comparou com outros técnicos que tiveram situações difíceis também , deve ter percebido que sob a mesma situação de pressão (perdendo no meio do segundo tempo), outros técnicos mantiveram a calma.

A partir de agora, quando assistir a um jogo de futebol ou de vôlei de quadra, preste atenção no estilo do técnico. Nessa observação você também perceberá que não há um estilo único que seja comprovadamente mais eficaz ,mas observará também que ao final o que valerá e será lembrado é o resultado.

Ou alguém tem dúvida que o estilo do técnico Bernardinho seria reconhecido como positivo caso não trouxesse consigo vitórias?

Quem sabe se Dunga tivesse sido campeão do mundo, estariam todos elogiando seu jeito de liderar? Você, como líder, lembre-se: no final vale o resultado.

O que as vaias à uma montagem de ópera nos ensinam

Recentemente assisti à bela montagem de Il Trovador, de Verdi, dirigida por uma jovem e talentosa diretora que trouxe alguns aspectos de ousadia à montagem sem, entretanto, em nenhum momento comprometer a qualidade dessa magnífica ópera.


Ao final da peça qual não foi a surpresa ao ver que um grupo conservador de espectadores se pôs a vaiar o espetáculo!

Além da natural surpresa, percebi também a mensagem por trás daquela atitude: resistência ao novo, à releitura do que se tinha como estabelecido.

Fiquei pensando se aquelas pessoas tinham a mesma atitude em outras áreas de sua vida, se negando a apreciar a beleza do novo e se curvarem diante da inegável evidência de que o mundo se renova e que novas leituras de antigos fatos surgirão e que devemos saber apreciar essas mudanças da mesma forma que aceitamos as mudanças inevitáveis que ocorrem à nossa volta.

Respeitando os tecnicismos que meu plebeu ouvido não consegue diferenciar, imagino o quanto das ácidas criticas que os puristas fizeram não eram apenas o incômodo diante do novo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Por que algumas empresas continuam ignorando as necessidades do cliente maduro

É impressionante como os profissionais de marketing e desenvolvimento de produtos cometem equivocos ao criarem rótulos de embalagem que não levam em consideração as necessidades do publico maduro.

Costumo fazer compras levando em consideração fatores tais como: se o produto tem açucar ou não, se tem pouco ou muito sódio, se tem gordura trans, etc

Evidentemente, não fazia isso quando ia ao mercado com 15 anos de idade. Porém chega uma hora em que um consumidor um pouco mais esclarecido já passa a se preocupar com esses fatores.

É aqui que você começa a entrar na fase de querer ler os rótulos dos produtos e é quando você descobre atrocidades em termos de oportunidades de marketing perdidas.

Se eu pudesse dar umas dicas para alguns fabricantes e se eles me dessem ouvidos, eu diria de forma bem clara:

1)pessoas maduras tendem a enxergar menos para perto e a necessitar de óculos

2)poucas pessoas consegue ler algo escrito em fonte tamanho 5, talvez um jovem de 8 anos sim, mas não um adulto de 50

3)e se isso que você escreveu na sua embalagem em fonte tamanho 5 pode ser uma vantagem competitiva a seu favor na hora de decisão de seu cliente, você estará jogando uma oportunidade fora!!

3)se o seu produto não tem gordura trans, coloque isso bem visivel DE PREFERÊNCIA EM CAIXA ALTA E FONTE 12, pois assim um cliente que prioriza saúde e qualidade do alimento, ao invés de preço, pode optar por seu produto.

4)se você escreve no rótulo de seu produto, num lugar bem visivel que ele não tem açucar, mas escreve isso em fonte 5...SEU CLIENTE EM POTENCIAL NÃO CONSEGUE LER!!

5)e se seu concorrente direto tem um produto igual ao seu, mas escreve em fonte 12 ou 15 que o produto dele NÃO TEM AÇUCAR, qual PRODUTO você acha que o cliente vai acabar escolhendo?

6)e finalmente a ultima dica: clientes não gostam de ter trabalho. Tenderão a escolher o produto que facilitou sua decisão de escolha. Portanto, certifique-se de que os atributos vendedores de seu produto estão escritos de forma bem legível, logo na frente da embalagem.

Aproveito para parabenizar todos fabricantes que, de maneira inteligente, sabem destacar nas suas embalagens a ausência de açucar ou de gordura trans, ou baixo teor de sódio do produto e assim por diante.

Mostram que estão antenados, não só com as demandas de mercado, mas também com as peculiaridades e necessidades fisicas do publico maduro.

sábado, 15 de maio de 2010

Sobre a experiência de ensinar técnicas de vendas e atendimento BTOB para comércio exterior

Recentemente realizei um treinamento de vendas para uma equipe de técnicos de uma importante entidade federativa na área de comércio exterior.

Reunia profissionais de todo pais e foi uma oportunidade enriquecedora de ver o quanto os fundamentos de atendimento e vendas podem ser aplicados em qualquer mercado e, em particular, no comércio exterior.

Como consultor e instrutor, já tive a oportunidade de trabalhar com diferentes mercados.Desde hopitais a clinicas de estética, passando por corretoras de seguro, supermercados, industrias,distribuidoras, etc.

Cada um traz sua riqueza e diversidade, mas trabalhar um mercado em que os fatores de mudança estão em pleno vigor foi muito interessante.Fala-se sempre em mudanças de paradigmas porém a velocidade de mudança é bem diferente de setor para setor.

Ter a oportunidade de ter uma turma de profissionais que estão vivendo plenamente o desafio de mudar para se adaptar às novas demandas de mercado é bastante enriquecedor.

Perceber que, como instrutor, você está trazendo novos insights, novas maneiras de enxergar a forma de se relacionar com os clientes traz a satisfação do dever cumprido e te faz se sentir um agente positivo da mudança.

Construir conhecimento aplicável e transformador de realidades é, com certeza, uma das grandes motivações de um treinador de equipes.

domingo, 18 de abril de 2010

Um depoimento de um supervisor de operação após minha palestra

A cada palestra que realizo, reafirma-se minha certeza de que há uma enorme carência de educação para o trabalho no brasileiro.

Finda a palestra realizada numa importante empresa do segmento de logistica, se aproximou de mim um supervisor de equipes.Já estou acostumado com esse tipo de situação: ao final das palestras, é comum profissionais se aproximarem para comentar algo que vivenciam e que se encaixa no que apresentei durante a exposição.

No caso desse supervisor, o comentário foi em relação à ausência de cultura de planejamento no brasileiro e como isso afeta o dia a dia dos gestores.

"Você descreveu minha realidade", disse ele. "Meus funcionários não têm nehum preparo no que diz respeito à planejamento de tarefas e organização pessoal.Eles até têm dominio técnico,sabem executar as tarefas mas têm uma grande lacuna na habilidade de planejamento e organização de seu tempo e das tarefas."

"Isso me fez perceber que além de treiná-los em suas tarefas, tenho que treiná-los também a saberem se planejar e se organizar.Muitas vezes percebo, no dia a dia, que a maneira como executam suas tarefas é menos produtiva por não possuirem uma mentalidade de planejamento", comentou o supervisor.

Para que o leitor se situe, estamos falando da área operacional de uma empresa de logistica, portanto se você pensa que o problema acima descrito é só uma questão de recrutamento e seleção, pode ser que você esteja bem enganado.

A propósito, como de costume, não mais do que 10% dos que assistiam a palestra usavam agenda pessoal no dia a dia.

Reflita sobre isso e até nossa próxima mensagem.

terça-feira, 30 de março de 2010

O que o caminho de Obama nos ensina

As lições trazidas pelas atitudes de Obama são um veradeiro elixir para aquelea que acreditam num modelo participativo de gestão.

A forma como age preocupado com as pessoas,seja na defesa da reforma da saúde, seja ao deixar claro que Cuba só seguirá isolada se quiser.

A forma tranquila e livre de ego com que não se importa em se curvar e reverenciar o imperador japonês, para surpresa do próprio.

Ao mesmo tempo, a firmeza de atitudes e a continuidade de seu propósito de ação nos remete aos desafios que um gestor vive.

Ao mostrar para o mundo que é possivel se governar uma nação com um estilo aberto,franco, amigável porém assertivo, Obama deixa um recado para todos.

Se ele pode, como posso seguir seu exemplo dentro de meu "microcosmo gerencial"?

Ou seja, dentro do grupo de pessoas que comando e influencio.Como substituir o discurso da arrogância e prepotência pelo discurso da participatividade e do direito à opinião?

Como fazer com que a mediação e negociação vençam sobre o conflito e a intolerância?

A exemplo do que acontece com Obama, as boas intenções não agradarão a todos, que o digam os republicanos, mas vale a pena.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Como o fator politico impacta na estratégia das empresas: caso emenda Ibsen

A recente aprovação na Câmara dos Deputados da brutal dimunição dos royalties para o estado do Rio de Janeiro é uam demonstração clara de como o elemento politico pode impactar no planejamento estratégico de uma empresa.

Se alguém há 1 ano atrás colocasse em seu cenário uma ameaça dessa ordem, certamente seria chamado de, no minimo, um pessimista contumaz.

Porém, eis que agora nos vemos nas mãos de senadores, do presidente Lula e do STF. Isso supondo que a emenda passará pelo Senado e cairá no colo de Lula em ano de eleição. ( a qem agradar, a 1 estado ou a todos os demais?)

Gostaria de saber se algum estrategista, de qualquer uma dessas agências de risco que constroem cenários, teve a clarividência de imaginar a situação que o estado do Rio está vivendo nesse momento.

Seria cômico se não fosse trágico.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Educação para o trabalho nas classes C e D

Um dos fatos que mais me chama a atenção na cultura brasileira é como falta educação para o trabalho nas classes C e D.. Quando refiro- me à educação para o trabalho, refiro-me especificamente à falta de senso de organização e prioridades, à dificuldade de organizar suas atividades de forma produtiva, à desorganização no trato com as finanças pessoais ou mesmo ao desconhecimento de se usar uma agenda para anotar seus compromissos.

Me pergunto, às vezes, se as grades de ensino das escolas públicas não estão mal concebidas, deixando de ensinar conceitos que realmente deveriam ser ensinados. Enquanto no Japão se ensina o método do 5S de qualidade nas escolas, aqui entupimos os alunos com uma série de decorebas que , salvo raras exceções, não serão aplicadas na vida prática.

Por que não se criar uma disciplina chamada “educação para o trabalho”, a ser ensinada lá pela sétima ou oitava série, já preparando o aluno para a realidade de trabalho que , em breve , baterá a sua porta.. Lembrando que jovens da classe C e D costumam ingressar mais cedo no mercado de trabalho, do que os das classes A e B.

Que dizermos então dos jovens da classe E, literalmente empurrados para o trabalho desde cedo e que aprendem nos sinais de trânsito e nas ruas a matemática da vida.

Quem acaba realizando esse papel educador são as empresas, verdadeiras universidades de educação para o trabalho, as quais se apresentam nas mais diferentes nuances. Caberá ao individuo ter a sorte de ter uma passagem por boas “escolas” para que possa adquirir de forma empírica e vivencial, uma educação para o trabalho.

Mas se o infeliz der o azar de passar por empresas desorganizadas, com baixo padrão de qualidade no que se refere a seus processos, provavelmente esse trabalhador não terá aprendido muito no que se refere a como se trabalhar e carregará consigo sérias deficiências na sua educação para o trabalho.

Está na hora de se olhar com seriedade essa questão e não deixar por conta das empresas, ou de instituições como o Senac e Senai, a educação para o trabalho.

Nas escolas deveria ser o primeiro lugar onde o cidadão tivesse contato com as noções fundamentais de trabalho. Não é difícil e seria um assunto muito interessante para os alunos pois ao saírem da sala de aula, esbarrariam com a realidade do mundo e veriam que os conceitos de educação para o trabalho que aprendem podem ser bem mais aplicáveis do que o teorema de Pitágoras.

PS: extendo essa proposta às escolas particulares, depositárias do conhecimento das nossas classes A e B.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Como o pensamento de Maquiavel se aplica ao que ocorre no PSDB hoje

Hoje quero comentar um pouco sobre essa lastimável hesitação no meio tucano a respeito da candidatura José Serra. 

Digo lastimável porque  percebe-se que a máxima de Maquiavel, "dividir para reinar", se aplica com perfeição ao que acontece no PSDB.

No momento em que o partido possui duas fortes polarizações de poder, isso divide forças, enfraquece o candidato majoritário e abre uma ótima oportunidade para o candidato do governo, ou melhor a candidata.

Talvez nem o melhor  estrategista governista pudesse ter "maquinado" uma estratégia tão eficaz de minar a campanha de Serra::dividir o partido internamente,colocar em campos opostos forças internas e. desta forma, perder sinergia.

Por mais que seu parceiro mineiro tenha aberto mão da candidatura, ficou claro semana passada que não abriu mão da polarização. Ou algum ingênuo crê que aquela multidão gritando "Äécio Presidente" não estava repleta de cabos eleitorais dele, propositalmente orientados a engrenar aquele constrangedor coro, sob o olhar incrédulo de José Serra?

Como se não bastasse, um grão-duque do PSDB nordestino ainda fez questão de frisar que "seu nome não estaria à disposição para ser vice na chapa de Serra".

Como amigos como esse, não há porque ter inimigos.


sexta-feira, 5 de março de 2010

Que boa notica o STF nos deu ao não conceder a liberdade ao sr Arruda.

Que boa notica o STF  nos deu ao não conceder a liberdade ao sr Arruda.

Como é bom receber um sopro de sensatez vindo da mais alta casa do Judiciário.

Fico imaginando o sentimento de decepção que traria à população se, ao invés de mantê-lo preso, o STF decidisse por sua liberdade.

Com certeza, o STF refletiu a voz do povo, daqueles que trabalham e pagam (muitos) impostos e que foram ofendidos com as imagens do dinheiro farto sendo colocado em meias.

Que o sr Arruda amargue muitos anos na prisão.

Sabemos que não é essa a tradição em nosso país, mas torcemos que estejamos presenciando uma mudança histórica..

Nós merecemos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Apropriação indevida de conhecimento: uma praga na web?

Recentemente estive pesquisando algum material na internet para servir de recomendação de leitura  para alunos de um curso via web que estava montando.

Como o curso necessáriamente ocorreria dentro do ambiente web, nada mais natural do que oferecer referências de leitura dentro desse ambiente.

Tudo transcorreu bem nas fiquei impressionado como diversos autores de artigos simplesmente se apropriavam de idéias notóriamente conhecidas no meio do pensamento administrativo e as citavam sem qualquer referência aos autores, na sua maioria consagrados pensadores e teóricos.
 
Fiquei surpreso como diversos profissionais assinavam artigos que básicamente repetiam o senso comum da gestão empresarial e que são amplamente divulgadas na midia especializada e em livros.Não havia pensamento ou releitura naqueles artigos, mas sim uma apropriação de idéias sem nehum pudor ou constrangimento..

O minimo que se poderia esperar é que houvesse uma menção à fonte das informações,mas nem isso havia.

Um leitor leigo nos assuntos da área de gestão poderia, ao ler um desses artigos, achar que estava diante do autor daquelas idéias ou conceitos propostos nos artigos, tamanha a naturalidade com que eram mencionados.

Fiquei mais surpreso ainda que a Direção dos sites que publicam esses artigos  não tenha colocado regras editoriais que impedissem esse tipo de atitude, obrigando os autores a fazer menção às fontes autorais  originais daqueles conceitos.

Uma pena.





domingo, 28 de fevereiro de 2010

Caso João Helio: a imprensa insiste no foco errado

Semana passada, os maiores veiculos de comunicação deram destaque a um dos ex menores que participou do trágico casodo menino João Hélio.

Todos veiculos questionavam a liberação do envolvido e  o sentimento de indignação da população.

O que mais chama atenção   nesse tipo de situação é a incapacidade ( ou desinteresse) dos grandes veiculos de comunicação em focarem no real motivo dessa tragédia.:o  mercado de roubo e receptação de veiculos no Rio de Janeiro.
Esses jovens que roubaram o carro, onde se deu a tragédia do menino João Helio, só o fizeram porque tinham a quem vender o que estavam roubando.

Óbvio.   Não se rouba o que não tem valor. Em nenhum momento, desde a captura dos menores, se aprofundou a investigação para se saber a quem eles queriam vender o veiculo.

E até hoje, a imprensa, como comprova o link compartilhado, trata a questão do roubo, própriamente dito, como um detalhe da tragédia.

Afinal, a quem era endereçada aqiela encomenda? Sabe-se que aqueles jovens não tinham roubado aquele carro para assaltar um banco. Sabe-se que há um mercado paralelo de ferros-velho e oficinas de desmonte no Rio de Janeiro, que por muitos anos teve como simbolo maior a feira de Acari.

Porém a imprensa satisfaz-se em ficar apenas na superficie do tragédia, explorando o aspecto emocional e focando nos "bagrinhos". 

O que falta para haver uma imprensa investigativa que decifre o mercado ao qual esses jovens iam atender ao roubarem o carro? Por que não pegar esse caso de grande repercussão e buscar tentar puxar o fio da meada? 
Para quem eles iam repassar aquele carro?

É uma pena que não tenham  procurado responder essa pergunta.

A nós que pagamos impostos e vivemos de salário, cabe torcer para que não sejamos os próximos a alimentar esse mercado de veiculos roubador e furtados..