terça-feira, 30 de maio de 2017

O investimento em cursos e treinamentos, seja para os funcionários, seja para os donos de um negócio  é considerado um tipo de investimento estratégico na sobrevivência empresarial.  Na realidade do varejo farmacêutico, além dos cursos técnicos, mais voltados para farmacêuticos e balconistas e que são uma decisão obvia de investimento em qualificação, há também as demandas ligadas a áreas como marketing, vendas, liderança, etc.

Pois bem, sei que você não pediu minha opinião, mas já que tenho essa coluna e a oportunidade de divulgar meu ponto de vista para uma plateia qualificada, tomarei a liberdade de fazer algumas sugestões incomuns de investimento em treinamentos.  Primeiro, vamos definir o público-alvo: todos funcionários que precisam planejar e acompanhar a implementação de algum processo. Isso inclui os donos da empresa, seus herdeiros e todos os cargos de confiança, tais como encarregados, gerentes e supervisores e aqueles funcionários que você pretende desenvolver.

Segundo passo: o que se deseja obter com o treinamento? Bem, pretendo que você aborde diretamente algumas das maiores deficiências comportamentais  da cultura brasileira.  Se por um lado somos valorizados por nossa criatividade e capacidade de improvisação; por outro lado, somos péssimos na parte de planejamento de tempo e prioridades, somos , na média, implementadores medíocres de processos e temos verdadeiro bloqueio no que se refere a prazos e monitoramento de desempenho.Na prática, erramos feio ao estabelecer prazos, os quais nunca são cumpridos; e isso está tão disseminado que não nos incomoda, já faz parte.

Quer testar minha teoria? Pergunte a seus funcionários de confiança  seu sócio e outros agregados se eles possuem uma agenda e onde anotam seus compromissos diários.Aposto como a resposta  mais comum será: “não tenho agenda, guardo tudo de cabeça”. Não acredita?Pois tente.

Feitas essas considerações, invista em treinamento em 2 áreas especificas:  gerenciamento de  tempo e gerenciamento de projetos. Educar seus funcionários a gerenciar seu tempo pode ser mais importante do que , acredite, treina-los para vender. A gestão de tempo impacta de tal forma a produtividade do individuo que acaba repercutindo nas vendas.

Já a sugestão de fazer um curso básico de gestão de projetos vem de uma experiência pessoal. Há um tempo atrás tive a oportunidade de fazer um curso introdutório de 1 semana. Confesso que ao me deparar com a metodologia de gestão de projetos, me dei conta que uma quantidade crucial de processos e ações que eu havia desenvolvido ou participado no varejo poderiam ter sido infinitamente melhor executadas se eu tivesse usado o modelo de gestão de projetos.


Foi um insight perturbador, na medida em que percebi que oportunidades foram perdidas por não usar essa poderosa metodologia. Siga meu conselho, desenvolva a capacidade de gestão de projetos na sua empresa antes que seja tarde demais.  

quarta-feira, 27 de março de 2013

Pastor Feliciano ou como agir sob pressão.

Foi necessário um tempo de silêncio, ainda que os dedos coçassem e os textos viessem à mente com facilidade. Mas alguns ciclos de luto ocorreram e o silêncio foi inevitável. Da clara linguagem corporal da presidente na posse do primeiro presidente negro do STF às trapalhadas de Cabral e seu quase invisível vice, passando pelo candidato bufão italiano, as noticias oferecem o tempo todo, um rico subsidio para analises sobre liderança. Hoje comentarei o caso do pastor Feliciano o qual, ao que tudo indica, não arredará pé da presidência e tem se mostrado muito confortável sob pressão. Ser capaz de suportar a pressão é um atributo importante na atividade de liderança e ele parece ter essa característica. Já aprendeu que pode usar recursos de força e hoje mandou prender um ativista/manifestante mais empolgado. Não será o primeiro, ou será o ultimo, caso os outros tenham juízo, pois racismo, o crime pelo qual o ativista foi preso,é um crime inafiançável. Interessante que tanto a imprensa quanto os manifestantes dirijam suas criticas ao eleito e não em quem o elegeu, o que me parece uma miopia. Há quem diga que essa polêmica serve como cortina de fumaça para o fato de José Genoino estar na Câmara de Constituição e Justiça, o que é, de certo, algo grave. Veremos mais adiante.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

As lições que as próximas eleições nos trarão.

As eleições de 2012 trarão um novo capítulo de conhecimento ao marketing eleitoral devido ao advento do julgamento do mensalão. A permanente presença desse julgamento na mídia e a associação do PT e de Lula nos lastimáveis episódios do maensalão trarão uma nova faceta ao que se conhece sobre marketing eleitoral. Até que ponto esse episódio do julgamento do mensalão interferirá na opinião do leitor? Até que ponto o eleitor associará esse evento à sua decisão de voto? Até que ponto as pesquisas atuais de intenção de voto em São Paulo refletem o que está acontecendo no STF ou são apenas reflexo das trapalhadas que o PT anda fazendo por lá? Até que ponto a antológica foto de Lula com Maluf impactará na percepção e na decisão dos eleitores? São questões que as urnas responderão e que enriquecerão a compreensão sobre como os fenômenos políticos impactam nas decisões dos eleitores.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Olhando 2011 e suas lições de liderança

O ano de 2011 trouxe interessantes fatos no que tange a processo de liderança e pode ser considerado um ano de surpreendentes e transformadores acontecimentos, tanto no âmbito mundial , como nacional.

No âmbito internacional. A Primavera Árabe, com sua contundente capacidade de transformação, a derrocada da economia europeia e do euro, antes uma referência de progresso e segurança econômica, o downgrade dos Estados Unidos pela Standard e Poors e a incessantes escalada da China , como locomotiva econômica mundial foram alguns dos elementos de grande destaque no que tange à liderança conjuntural.

Na esteira desse processo, a crescente importância do Brasil no cenário mundial e o momento histórico vivido pelo país levaram à uma antes inimaginável inversão da lógica econômica mundial, inclusive com inversão de fluxo migratório de mão de obra.

No Brasil, a afirmação do modelo Dilma de liderança, com ênfase na gestão e numa providencial discrição, foi uma agradável surpresa inclusive, ou principalmente, para os que não votaram nela. (incluindo eu)

No campo empresarial, Eike Batista segue imbatível como referência empreendedora, enquanto no campo das políticas publicas, José Beltrame deu um show para o Brasil e o mundo. Não será surpresa se seu nome for cogitado para o prêmio Nobel.

2011 viu a presença feminina consolidando-se nas posições de liderança no Brasil, principalmente no governo federal, onde vários cargos políticos estratégicos estão em nãos femininas.

Analistas creem que 2011 será um ano que deixará marcas devido às transformações nele ocorridas, o que parece estar se materializando, na medida em que o primeiro mês de 2012 já nos trouxe o downgrade de vários ex-intocáveis na Europa, como França e Áustria. O lastimável naufrágio na costa italiana trouxe valiosas lições do peso que um líder inapto, ou covarde, pode ter frente a seus comandados numa situação de emergência.

Que venha o novo ano. Felizmente estamos do lado bom da história dessa vez e assistimos de camarote o desenrolar dos acontecimentos, enquanto vivenciamos um crescimento econômico histórico.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A executiva disse: " Adoro demitir"

Numa aula de Mestrado, a executiva de uma grande cadeia de lojas de departamento disse: “Eu adoro demitir’. Passado o susto inicial de todos na sala diante da surpreendente afirmativa e, confesso, um certo sentimento de indignação, passou a fazer sentido o que ela disse diante das experiências de consumo que vivenciei todas as vezes que fiz compras naquela rede.

A primeira idéia que veio à minha mente foi de que sua frase deve refletir uma filosofia maior das suas lideranças e que provavelmente não é um fato isolado, ou limitado à sua pessoa. Depois pensei, com certa dose de sarcasmo, que “o vento que sopra aqui, sopra lá”. Ou seja, é possível que alguém acima dela também goste de demitir e que um dia poderia chegar sua hora também.
Enfim, passei a compreender os rostos pesados e as feições pouco amigáveis que observo toda vez que faço compras nessa loja de departamentos. Aliás, essas minhas compras são pouco freqüentes em função das sucessivas más experiências que lá vivenciei e que fazem com que eu vá lá apenas como ultima opção.

Dizem que cada empresa tem uma frase que sintetiza sua cultura e seus valores. Sabe-se que muitos desses slogans são meros jogos de palavras, mas um depoimento tão sincero e real de uma executiva estratégica vale por mil slogans e expõe a verdadeira forma como um membro do topo da organização enxerga os funcionários.

Diz o ditado que um exemplo vale por mil palavras; nesse caso uma palavra valeu por mil gestos. Talvez, quem sabe, no momento que você lê essas linhas a autora da infeliz, mas sincera, frase tenha provado o sabor amargo de suas próprias convicções e gostos. Ou talvez esteja continuando sua saga de considerar a demissão algo prazeroso; desde que seja dos outros, é claro.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quer errar na gestão de equipes? Considere algo óbvio.

Quer errar feio na liderança de equipes e na capacitação de pessoas? Considere que algo é óbvio. Nenhum caminho para o erro é mais curto do que esse: supor que o que você considera como evidente, claro, óbvio e, portanto, aplicável e, pior de tudo, já em andamento, por ser óbvio.

Um dos valores agregados de capacitar executivos e profissionais de mercado é receber constante feedback do que acontece no mundo corporativo. Em especial, num curso de Liderança, a quantidade de pérolas que surgem é muito rica. Porém, após alguns anos nesse tipo de atividade, você percebe que surge um padrão de situações.

Uma das pérolas que sempre surge é a do gestor que se surpreende com fatos que, pensando ele que fossem obvias, não estão ocorrendo na equipe sob sua responsabilidade. Está aí uma das maiores armadilhas da gestão: o que você acredita que todos consideram óbvio na sua equipe.
Somente mediante claro posicionamento e estabelecimento como conhecimento aplicado e reforçado, algo pode ser considerado como óbvio, quando tratamos de comportamento humano.

Portanto, para que algo possa ser considerado como óbvio, é necessário que tenha havido anteriormente um processo de absorção e reforço desse conhecimento, para que um gestor possa cobrar e esperar que um conhecimento, ou procedimento, ou valor, seja dado como óbvio para os integrantes de sua equipe.

A dica é simples: liste tudo que você considera obvio dentro do conjunto de valores e procedimentos que fazem parte das atividades de sua equipe. Com essa lista nas mãos, verifique informalmente com seus funcionários se eles compartilham dessa "obviedade”. Em poucos minutos, você perceberá que há desvios entre sua percepção e a realidade.

Você terá em mãos um rico material para capacitar sua equipe e reforçar os procedimentos óbvios e, portanto essenciais, dentro de sua área de atividade. Agora, mão às obras e você perceberá o quanto essa iniciativa simples aperfeiçoará a gestão de sua equipe.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Homofobia, assertividade e poder: a novo ordem sócio-cultural?

A cena ocorre na sala de aula de uma universidade: minutos antes de iniciar-se uma prova, duas mulheres entre 25 e 30 anos de idade, que estavam sentadas próximas, trocam um caloroso e sincero beijo e desejam uma à outra boa sorte na prova.

Apesar do silencio tenso que pesou sobre os demais presentes na sala de aula e dos pensamentos de reprovação que possam ter havido, ninguém expressou-se e a prova ocorreu normalmente.
Esse é um exemplo de um dos mais intrigantes processos em andamento na sociedade brasileira: a aceitação da diversidade sexual. Tivesse ocorrido a meros 5 ou , quem sabe, 2 anos atrás, alunos teriam revoltado-se, considerariam aquele ato uma ofensa aos costumes, talvez o professor exigisse a saída de sala de aula e, quem sabe, o caso teria inclusive estampado as páginas de algum jornal oportunista.

Porém hoje, a homofobia tomou a faceta de crime e as relações homo afetivas passaram a ser aceitas, como em outros tempos aceitou-se o fato da terra ser redonda e o homem ser descendente dos macacos. A atitude dos homossexuais possui algumas características aguerridas características dos grupos em busca de reconhecimento e fortalecimento social. Traduzindo-se: buscam um reconhecimento social e, porque não, um, projeto de poder.

A eleição de um político, ex-BBB, e sua convincente e articulada performance política até o momento denotam que ele provavelmente terá algumas reeleições pela frente, por mostrar-se um caso bem sucedido de representação de um grupo social.

Alguns fatores aceleram e contribuem para o processo de rejeição da homofobia: os interesses econômicos envolvidos, a vasta contribuição das novelas que perceberam no filão homossexual uma garantia de geração de índices de IBOPE e não fazem-se de rogadas em explorar o tema em troca de pontos a mais de audiência, as questões legais relativas ao direito de herança e reconhecimento de relação estável para fins de plano de saúde e seguro de vida e, por fim, o fato dos adolesceres terem percebido na opção pela homossexualidade , um ato de protesto frente à geração de seus pais.
Afinal, poucas opções de protesto haviam sobrado, álcool e drogas são apenas continuidades de outras gerações, a tecnologia não é um ato de protesto, mas sim uma inserção ferramental; sobrou a relação homo afetiva como forma de gerar a oportunidade de chocar e transgredir, desejos inerentes aos adolescentes em fase de afirmação pessoal.

Como interesses econômicos, cabe citar a próspera “ indústria rosa”, como é conhecida a brutal receita gerada pelo público homossexual. Como exemplo típico temos o pico de faturamento observado na rede hoteleira de São Paulo por conta da Parada Gay, onde hotéis registra 100 % de ocupação, numa incontestável demonstração da rentabilidade que esse evento traz para a cidade.
Como a história ensina-nos, quando dinheiro e interesses convergem, a roda gira com mais velocidade. É o que observamos hoje nos governantes que estimulam a presença dos eventos destinados ao publico gay em suas cidades. De olho nas urnas, é claro.

Forças conservadoras continuarão a manifestar sua reprovação à crescente presença da homossexualidade na sociedade brasileira e os heterossexuais serão obrigados a conviver com a diferença, pois o que pode parecer ao observador desatento uma mera questão de mudança de costume tem por trás uma poderosa conotação econômica–financeira subjacente à ela.

Trata-se de uma questão de constituição de poder e autoridade dos diferentes sobre o status quo, expressa em votos nas eleições, processos judiciais contra homofobia e, least but not last, dinheiro, muito dinheiro, na forma de consumo dos mais diversos bens e serviços, como exemplificado pela rede hoteleira paulista e pelos índices de audiência globais, ops, das telenovelas.

Forma-se assim um poderoso ciclo de poder que se auto alimenta e que dificilmente será quebrado pelo que se tem observado até o momento. Está aí um belo caso de estudo social a ser aprofundado. Quem se habilita?