Que o corpo fala, todos sabemos. Aproveitar-se desse fato para fazer leituras sublimainares das notícias pode ser uma atividade interessante e reveladora.Tomemos como exemplo dois fatos que foram relevantes: a visita de Obama ao Brasil e a atitude dos japoneses no terremoto no Japão.
A foto mais emblemática da visita de Obama foi a que mostrava o prefeito Eduardo Paes, na pista do Aeroporto Santos Dumont, curvando o corpo para trás para enquadrar o presidente americano numa foto em seu celular.
Ali está estampada a informalidade característica do carioca e, em certo grau, do brasileiro, mas um observador atento poderia interpretar a postura do prefeito como um preocupante sinal de falta de postura e seriedade que, em certo grau, é observado também na cultura brasileira em diversos aspectos.
Mudemos de cena: os japoneses organizados em filas após um terremoto e um tsunami devastarem seu país. Nenhum tumulto, nenhuma desordem, uma evidente organização circundada pelo ambiente de caos e devastação.
Façamos um exercício de imaginação. Imagine o presidente Obama visitando uma Tóquio prestes a receber uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Alguém consegue imaginar que o prefeito da cidade estaria fazendo papel de tiete de presidente na pista de pouso com um celular na mão?
A falta de protocolo do alcaide carioca pode ser tomada como um exagero de alguém que se viu diante do presidente da nação mais poderosa do mundo, mas é injustificável.
O alerta de Joseph Blatter sobre o atraso das obras para a Copa faz uma combinação perfeita com a foto de Obama sendo tietado por Eduardo Paes. Algum estrangeiro que entenda de linguagem corporal poderia pensar: “Se o prefeito da cidade mais importante do Brasil recebe o presidente americano dessa maneira, o que se pode esperar do resto da turma?Será que eles são sérios? Será que darão conta da monumental tarefa que têm à frente?’
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sexta-feira, 1 de abril de 2011
Ensaio sobre leitura corporal : Paes tieta Obama,enquanto japoneses enfrentam tragédia
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