terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sobre a omissão da imprensa na prevenção das tragédias

Agora que a tragédia na região serrana começa, lentamente, a deixar a primeira página dos jornais e ingressa nas seções de notícias cotidianas, pode-se fazer uma análise da atitude da imprensa em referência à essa tragédia "anunciada".

Escrevo anunciada entre aspas pois não o era até que ocorreu.Apenas alguns poucos lúcidos e sensatos sinalizavam a potencial tragédia, sem serem levados a sério.

Planos de prevenção e planejamento não são tratados como uma pauta atraente pela maioria dos veículos de imprensa, com exceção das semanas imediatamente após as tragédias. As futricas da política, por exemplo, são tratadas numa dimensão muitas vezes acima de sua real importância, ocupando espaço que deveria ser destinado a conscientizar a população sobre a importância do planejamento e prevenção, temas vistos como insosos por muitas editorias.

Como a maioria dos leitores antenados deve saber, a tragédia de janeiro foi apenas a conclusão de uma série de fatores conjugados nas 2 últimas décadas que somados levaram à uma extrema fragilidade diante de um volume colossal de chuvas num período curto de horas.

Como muitos de nós poderemos concluir em breve, infelizmente em poucas semanas a imprensa deixará para suas últimas páginas as notícias sobre a prevenção contra a tragédia ocorrida. Foi assim com Angra, é assim com Minas Gerais todos anos e não vejo motivos para crer que será diferente com a Região Serrana.

Infelizmente, somos imediatistas, míopes e irresponsáveis.

Afinal já reiniciaram os campeonatos estaduais de futebol, em breve vem o Brasileirão e, logo à frente, a Libertadores.Essas sim são pautas de primeira página o ano todo.

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